quarta-feira, 29 de maio de 2013

Nus

A pesar da nostalgia do post anterior que acabo de fazer, vim eu protestar contra a arrogância e ignorância. Das poucas e fortes coisas que me iram fisicamente, é gente que acha que é mais que o outro. Vivenciei caso nesta semana. Percebe-se que o conhecimento às vezes pode apodrecer as pessoas. Figuras, personalidades e cientistas creem que deter de conhecimento lhes fazem os tais [sem generalizar]. Narizes empinados, olhar sobre os ombros, desdém e respostas pomposas, porém copiadas de livros alheios. Eu às vezes me pego olhando para esse tipo de gente, juro que tento entender o que sucede para tamanha prepotência. Como disse, deparei-me com o caso. Uma pessoa praticamente despia a dignidade da outra com palavras científicas em voz alta que marcavam o erro alheio com marcador de cor florescente. Aquilo foi me incomodando tanto, mas tanto, que quando percebi, estava eu de olhos fixos ao agressor. Indignação que não se retrai, eu não disse nada, apenas o fiquei olhando fixamente sem temer a rejeição ou correção que poderia também me vir. Olhei-o ao ponto de enxergar o seu pranto, visto o âmago incompreendido. Fixei-o como uma mãe olha para um filho que faz algo errado. No mesmo instante aquele que agredia se sentiu incomodado pela minha tamanha invasão, estava ele com sua explanação e arrogância sobre o que é correto cientificamente, e eu com minha tamanha vontade de o entender. O agressor percebe a invasão do seu íntimo e abaixa um pouco o nariz.
 
Veja então o tamanho engano de superioridade. Pessoas arrogantes que detém de muito conhecimento temem ser compreendidos ou despidos sentimentalmente assim como qualquer outro mortal.

Possibilidades

Desejo eu um amor pra vida inteira
Espaços entre os dedos para os meus.
Desejo cócegas, beijos e até mesmo a dor.
Amor mais que amor
Que eternidade seja eternidade sem fim.
Que a dúvida me corroa, mas me gere
Desejo romances, contos e poesia entregue.
Que me contente amanhecer e estar junto
Que sonho seja mais que sono, seja possibilidade.
Ser vínculo
Ser nó
Desejo mais do que vontade de não estar só
Aliás, de que vale a vida se não fosse o sonho?

segunda-feira, 27 de maio de 2013

FIM

Louca

Eu cá no mundo
São flores, cartas e véus
Creio que desacostumei ao descostume
Me deleito em quase nada.
Desde que a palavra não foi dita
Desde que a dúvida me tirou o pedaço
Desde que fui, silêncio.
Preciso me chamar pra sair
Ver um filme
Olhar gente
Fazer uma canção.
Talvez eu esteja um pouco louca
Mas é só um pedaço, só um pedaço.
Me ordeno de novo, então.
Peiiii! [Levei um tiro]

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Não sou como as outras

Não sou como as outras, confesso que tenho um ar de poeta e melancolia, questiono mais do que deveria questionar, aliás, isso tudo pode agradar?
Não sou como as outras que usam outro para o esquecer, eu tento esquecer só, por conta própria entende? Estar vulnerável, nostálgica e só não me impede de ter controle, mesmo que o controle seja tão difícil, costumo dizer que me ordeno, ordeno à cura e pronto.
Tive outro dia um sonho, no sonho doía mais, bem mais, e mesmo assim sobrevivi. Estou eu cá, inteira e quase tranquila. Ou melhor, tranquila. Torço por ele até, torço. Boba sou eu, eu sei. Mas torço.
Esperar-te-ei peito, esperar-te-ei ficar tranquilo, pra então tentar te usar de novo. E me ordeno, ordeno isso em mim.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Amar a Deus sobre todas as coisas

Sabe por que muita gente se sente incomodada com a religião do irmão mesmo ele sendo cristão? Porque verdadeiramente não está livre no amor de Cristo! Que tal ao invés de procurarem os erros estenderem as mãos?
Aquele que está perdido não será verdadeiramente salvo se for obediente apenas por medo de ir para o inferno. A salvação é construída pela fé, confiança, amor a Deus e ao próximo, que consequentemente gerará a verdadeira obediência.
Religião não deveria ser um sistema que te obriga a fazer o que é certo a fim de receber aprovação do homem.  Infelizmente quanto mais eu vivencio as coisas, mais parece que é isso que acontece. Às pessoas vão esquecendo que a aprovação verdadeira não está aqui na terra e sim no céu, e criam Deuses, líderes e santos que muitas vezes ao invés de te aproximarem de Deus faz com que tu O temas, e não digo temer de obediência, digo temer de ter medo. O amor nunca foi e jamais será obrigado a ninguém, e não é diferente com Deus. Ele nos ama em quais quer condições, é amor que não depende de tu fazeres o que dizem ser o certo e ser pago pelo o feito. Deus não é um sistema que dos feitos veem as respostas ou pagamentos. Ele te ama, entende isso? Te ama! Independente de qualquer coisa. E beleza absurda é quando a gente resolve segui-lo e confiar na sua vontade sem esse sistema de troca. Servir mesmo por amor, amor.
Portanto, dou minha cara à tapa ao mundo que impõe amor.

domingo, 19 de maio de 2013

Amiga pra lá, amiga pra cá

Estar preparada para ser chamada de amiga. Sabe, eu não era muito acostumada com isso. Não sei muito bem como lidar quando alguém diz ser amigo meu e eu não sentir ser amigo do mesmo, tenho o profundo e estranho privilégio de as pessoas confiarem em mim. Tipo de chegar do nada e começar a me contar principalmente suas dores e seus prantos. Profundo também é o meu respeito por eles, se tem uma coisa que eu valorizo é confiança e honestidade, mas tem horas que eu não sei como lidar. Tenho poucos amigos do peito, do tipo que, nem sei explicar o tipo. Amigos que eu amo com todo fulgor e carinho. Me veio o questionamento: “Se chamo de amigos aqueles que tenho simpatia, como chamar os do peito que amo com tanto fulgor?” Preciosos da minha vida!
Então eu aprendi, mesmo que eu não saiba lidar muito bem com essa coisa de amiga pra lá, amiga pra cá de gente que nem me conhece muito bem assim, às vezes somos especiais para os outros, talvez eu nem mereça tanto, mas às vezes a gente é! Me cabe respeitar e estar de mãos estendidas.  Profundo é o meu respeito por confiar-me.
( E como tu chegaste a essa conclusão Jamille? )
Uma moça que eu pouco conheço me disse:
- Amiga, me sinto mais feliz desde que te conheci!
Confesso que de início me foi como uma estaca cravada no peito. O que dizer de forma honesta para uma pessoa que tu pouco conhece, mas já te considera importante na vida dela? Na hora eu sorri. Porque felicidade não faz mal pra ninguém. Se eu me declarei ser luz no mundo, tenho que tentar me acostumar com essa coisa. Não me agrada muito gente puxa saco, não me agrada bajulações ou palavras da boca pra fora, mas se é felicidade que eu tenho contribuído, aceito a condição de olhos, ouvidos e “sentidos” abertos.
Ps. Não desmerecendo os que pouco me conhecem e já me chamam de amiga, mas Eu amo ABSURDAMENTE minhas amigas do peito preciosas da minha vida.

sábado, 18 de maio de 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Esquecer

Tenho estado esquecida, isso tem me preocupado um pouco. Tipo, eu acabo de fazer uma coisa e esqueço. Ligo pra alguém e esqueço. Começo a comer e esqueço que estava comendo, vou em algum lugar e esqueço onde estava indo.
 
Essa semana eu precisei fazer algumas ligações para avisar algumas coisas para algumas pessoas e acredita que 2 vezes eu liguei para duas pessoas mais de uma vez porque eu tinha esquecido que já tinha avisado? O.o
Comecei a comer um biscoito, me distrai com a TV e quando fui lembrar que eu estava comento, o biscoito já estava mole.
Fui eu em direção ao “banheiro da minha mãe”, quando chego ainda na sala esqueço que eu estava indo fazer xixi. Sério, muito sério isso.
#Medo

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Tirar o pó

Começa mudando alguma coisa de lugar
Um porta-retrato, uma canção.
Depois muda o armário
As roupas,
Calça um sapato extravagante.
Enche de cores e tira o pó.
Deixa o sol entrar e renasce
Faz fotossíntese
Alimenta-te de luz e glórias.
Ouve outra estação de rádio
Sai pra um lugar que nunca foi
Conhece gente estranha
E sorrir com os olhos.
Declara-te luz, luz...
E Clareia.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Eulali - Ápices (Cap extra) "Rir era desespero (6)"

Eulali tinha se declarado fim ao ocorrido, lhe vi andando nos corredores e dando gargalhadas, gargalhadas agudas de doer o ouvido. Mas não era assombração, Eulali estava viva.
 
- Hahahahaha!

Outrora Eulali ria de coisas que nem mesmo cabia o riso, mas ela ria. Ria um pouco pra dentro, mas ria. Fiz questão de ver aquilo de perto, entender o motivo da tamanha felicidade que parecia que vingava. Perguntei-lhe:
- Não que me caiba perguntar, mas porque andas rindo tão alto?
- Porque eu preciso!
 
Depois disso Eulali não me disse mais nada. Fiquei esperando a explicação, o complemento, mas ela parou ali: “Porque eu preciso!”Fiquei me questionando e tentando entender, a pesar de conviver com Eulali há tanto tempo às vezes não a compreendia. Às vezes ela parecia sã e às vezes tão louca. Eu sempre suspeitei que surto em Eulali vinha quando com ela estava também a dor. Surto era a maneira de resposta ao mundo, no qual quase em desespero tentava dizer que ela não era fraca, que ela não aceitava a condição, que ela estava bem. De vez em quando via Eulali gritando, aqui, alí. Fiz uma oração longa, daquelas que se fica com os joelhos doloridos e olhos inchados. E Deus com carinho respondeu de novo:
- Espera!

FIM

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Apaguei tudo sobre ele e me sinto bem, me sinto bem! Tirei peso das costas. hahahaha.. Louca
Só não me sinto melhor ainda por causa da minha vózinha, mas logo logo to nova em folha. A Jamille descontente não combina comigo. :D

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Quando é preciso partir – Vó Ana

Às vezes eu tenho a impressão que eu pressinto as coisas ruins que virão. Assim como tem sucedido no blog é possível notar que eu não andava muito feliz, andava triste por um motivo que perto deste agora parece que era tão frívolo, mas tão frívolo. Minha vozinha Ana Catarina partiu nesta madrugada, partiu para um lugar que eu creio que é mais bonito e tranquilo. Nunca tinha passado por perda tão grande assim, já perdi familiares, mas não com uma ligação tão grande quanto eu tinha com minha vó Ana. Ela mora/va em Belo Horizonte-MG e mesmo sendo tão longe e vendo-a apenas de 4 em 4 anos, nos dávamos tão bem. A família costumava dizer que eu puxava a ela, eu não pareço nem com meu pai nem com minha mãe, então eu sempre dizia com orgulho: - Puxei pra minha vó! Costumavam dizer que eu tinha seu nariz, as pernas e existia uma semelhança grande entre nós quando ela era mais nova.
 
Vó, sei que podes me ouvir. Me lembro pouco do tempo que passamos juntas, já que, te via tão pouco, mas o pouco tempo foi suficiente para amar-te com todo carinho, e não é amor só porque é familiar, é amor de amor mesmo, admiração. Obrigada por me deixar divertir e fazer contigo biscoitos de polvilho com forma de bonecos, de me mostrar a tamanha simpatia com a vizinhança e cumprimentar todo mundo na rua, obrigada por me deixar fazer esculturas com seu durepox [riso contido], por me fazer rir quando dizia que ia casar com o Ral Gil, das piadas espontâneas, de me contar do tempo que era mocinha, das músicas no rádio da TV de manhã, dos chamados a Otília: “Otília, vem cáaah!”, dos bordados, do galinho que dizia como estava o tempo, do matagal que ela chamava de jardim, do carinho que fazia na cabeça do meu pai. Vozinha minha, desculpe-me a falta de memória, e por não ter te dado parabéns em todos os dias das mães/vós. 
Antes de ir ela não vinha passando bem, estava internada já há 5 dias, eu não soube de nada porque papai tenta esconder essas coisas da gente, nem mesmo mamãe sabia. No último dia de internação no hospital, já parecendo que sabia que chegava a hora, teve uma melhora e disse para o médico: - Eu preciso ir, preciso ir embora daqui! Cabe agora saber que “Aqui" era esse?
Mamãe vinha sentindo coisas estranhas também assim como eu, me disse que andava com uma angústia no peito, que não conseguia se concentrar. Hoje ela conta que na madrugada da partida de minha vozinha sonhou com vó Ana, mamãe disse que ela estava feliz e não mais em uma cama, já que, ela era paralisada de um lado graças a um derrame antigo. Talvez ela tenha vindo se despedir. Mamãe diz que elas conversavam contentes e cuidavam com carinho do matagal que ela chamava de jardim.
Vovó estava feliz, estava feliz. Creio e desejo que este seja teu sentimento agora, de felicidade e contentamento. Que a Paz do Senhor esteja com a senhora Vó Ana Inácio Catarina. Sentirei saudades!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Quando eu preciso o amor dEle vem e me cura


Momento depre termina aqui, prometo que tentarei não escrever mais coisa melancólica sobre o ocorrido Eu. Tô mais contente, contente sem motivo até. Sabe o que é isso? É coisa dEle, que me guarda e cuida de mim com um carinho tão absurdo. Só tenho a agradecer. Que se preciso a dor seja doída, mas que tu estejas comigo Deus meu. Amo tanto.
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Gritei porque explodi de amor. shuahsua...

terça-feira, 7 de maio de 2013

Nas tuas mãos


Me ordenei a melhora, a melhora veio, mas veio fraquinha. Sempre digo que coloco minha vida nas mãos de Deus, em oração declaro até que se for necessário dor que eu sinta, que eu sinta. Quanto a gente confia a Ele até a ponta dos fios de cabelos é assim, dor às vezes pode ser aprendizado. Creio que a minha é uma dessas, ou como com Ele tudo é possível, pode ser sinal de que vai dar certo também, não sei. Tenho essa mania de não perder esperança nas coisas parecendo que perdi. Não me lembro desde que vigorei do que eu era ter ficado tão murcha assim. Continuo me declarando melhora e que Deus cuide de mim. Gritei:
- Cuida de mim Deus, cuida do meu peito.
Sei que tem gente que vai pensar que é exagero meu, mas só eu mesmo pra saber o que se passa em mim.
Me declaro melhora, de novo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Geralmente quando estou triste fico mais sensível para as coisas em volta de mim, porém quando estou triste geralmente também procuro o mais rápido possível uma maneira de me contentar, pois sentimento transborda. Hoje mais à flor da pele percebi que meu cachorro (Kim) quando eu falo grosso com ele ele pensa que sou outra pessoa e late comigo, minha gata (Jane) adora acordar do cochilo e andar pela casa justamente quando eu to passando o pano no chão e músicas que iniciam com a letra W, Y e Z são contentes. Acredite ou não, essas bobagem me animaram.
É isso, me declaro melhora.

Morri. Kkkkkkk..

Não sou eu, mas poderia.

domingo, 5 de maio de 2013

Eulali - Ápices "Finda a dor de Eulali (5)"

Me doía ver a dor de Eulali. E pior que ver era sentir. Versos novamente não entregues, carinho e vontade que se desfaz. Sabe quando dizem que há a melhora da morte? Não que seja morte, mas foi isso que aconteceu. Eulali esticou com todo vigor as extremidades dos lábios, com sorriso de ponta a ponta, orelha a orelha me veio contente dizendo:
 
- Estou feliz, mas tão feliz que parece que o contentamento hora não caberá em mim e explodirá. Tipo de felicidade pura que às vezes até faz o peito doer.
Fiquei contente em vê-la assim. Como é bonito ver felicidade. Felicidade de motivos tão bobos mais contentes. Sorri com Eulali, não aguentei ficar de riso fechado com aquela tamanha felicidade perto de mim. Ficamos rindo por algumas horas. Gargalhadas gostosas de doer o estômago.
Estranho quando percebi! Quase sempre em ápice de felicidade de Eulali vinha com ela também a dor. “Felicidade pura que às vezes até faz o peito doer”. “Gargalhadas gostosas de doer o estômago”. Cheguei a pensar que dor era normal, normal para o clímax de satisfação. Deixei Eulali sozinha por um tempo e fui contente para casa.
Enquanto escrevia algumas coisas sobre o quando a vida nos surpreende e de como as coisas vingam ou deixam de vingar quando menos esperamos, escutei um grito:
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Ajude-me!
Fiquei preocupada, preocupada e desesperada sem conseguir reconhecer de onde vinha toda aquela dor. Tipo de pedido de socorro que te desnorteia, que te causa a noção de inutilidade. Vontade de resgatar mais não poder fazer nada. Corri aflita nos labirintos que conhecia, mas quanto mais eu procurava, mais parecia que eu me perdia. Procurei, procurei, quase desisti. Procurei mas não encontrei, era dentro de mim.
Eulali neste conto morria.
Resolvi escrever logo o que sentia, não deixar passar não. Deixar o sentimento cru mesmo, do jeito que ele quer ser agora. Terminei o conto que poderia ser um livro, mas deu conto. Resolvi que o chamarei de "Eulali - Ápices". Segue então no próximo post o último capítulo.

Eulali - Ápices "Vermelho tomate (4)"

Eulali é boba, boba e tranquila. Contou-me com maior vigor que tinha o visto. E não era uma vista comum como acontecia, parecia que ele a procurava. Sintomas de falta e saudade. Ela se desconcentrou, fingiu como sempre que não era com ela e continuou dizendo a roda:
– Desculpe-me!
Eulali continua o que fazia, mas agora com sorriso nos olhos. Sorriso bonito de ver. Confesso que se fosse comigo não ficaria tão contente como eu a vi por um simples acontecido que nem dizia muita coisa. Ela era pensante demais, pensante ao ponto de fantasiar em segundos vitórias e derrotas. Acordes e sorriso. Acordes e sorrisos. Pensava eu com meus botões. “Coisa bonita de ver”. De repente Eulali começa a falar:
- Sabe quando a gente fica feliz quase sem motivo, que só a companhia por alguns segundos já te motiva? Creio que estou assim. O que é isso que me acontece?
Vendo seu ar contente e abobalhado pestanejei a responder, mas desta vez quem sussurrou não foi ela, foi eu:
- Amor?
Vi ela ficar vermelho tomate. Respondendo-me:
- Será?
Ao mesmo tempo que Eulali lida de forma tão íntima com a dor ela é meio difícil se declarar amor inconsequente. Mas lá no fundo eu sei que é. Desde então não lhe vi mais murcha, creio que tenha durado horas, ou dias.

Eulali - Ápices "AutoEulali (3)"

Fico às vezes horas observando Eulali e às vezes até admirando como ela pode conseguir motivos tão frívolos para sorrir. Eulali andava murcha e cabisbaixa, não comia, não dormia, andava por aí catando abraços e versos que lhe reerguessem da tristeza e ócio. Eu estava quase aceitando sua derrota e frouxidão quando ela vem e me diz:
- Vamos dar uma volta?
Ao mesmo tempo que ouvi, imaginei. Como ela pode se ordenar a cura de forma tão rápida assim? A respondi:
- Pra onde?
- Não sei, aqui, alí. Lugar onde eu possa meditar.
Fui. No caminho fomos conversando. Tentei entender a tamanha tristeza que ela vinha passando e me contava, porém a pesar dos motivos sempre a via sorrindo. Outro dia ela me contava que o segredo do bem-estar é tentar contribuir para o sorriso alheio. Eulali poderia está morrendo, mas nunca transparecia a dor por muito tempo porque ela também dizia que sentimento transmite. Continuei tentando entender de forma clara sua dor, mesmo  já suspeitando os motivos, ela meio que desconfiada sussurrou:
- Nada me sucede, nada que eu não possa curar. Às vezes o silêncio é o melhor remédio, porque outrora parece que quando damos importância para as coisas que dói a dor fica mais sentida, se sentido a ultima bolacha do pacote. Então, eu estou bem. Estou bem!
Silenciei no mesmo instante. O que dizer para uma pessoa que lida com a dor de forma tão íntima? Às vezes tenho impressão que quando se trata de coisa que faz doer ou pranto, Eulali é Phd.
Disse que estava escrevendo um conto sobre Eulali, seria um romance. Porém, creio que ele acaba de ser interrompido e finaliza em 4 cap. Postarei os próximos que já tinha escrito e talvez um dia assim que eu esteja mais sã escreva o capitulo final. Eulali não vai deixar de existir porque ela já existia mesmo antes desta história, o que findará será o ocorrido.
 
É isso!

sábado, 4 de maio de 2013

Eulali - Ápices "Ela suspeita que começa com Z (2)"

Eulali veio correndo me contar, veio-me correndo com lágrimas nos olhos.
 
– Ele já tem dona também, e não sou eu, suspeito que não pode ser meu!
Nunca a tinha visto tão murcha assim, com ombros caídos e nariz no chão. Ar de derrota, ou pior, esfriamento. Outra vez ela suspeitava, e pior que a certeza da primeira vez é que desta vez ela estava mais confiante e mais esperançosa de que vingaria. A queda seria maior. A queda pode ser maior. Semblante frio, palidez e falta de fome. Confesso que tive pena, tive pena de tentar desfazer e esquecer tudo que Eulali vinha sentindo lá dentro. Era tão bonito de ver. Contei então a Eulali o fato de ela ter que confiar e acreditar, se Eulali coloca mesmo sua vida nas mãos de Deus tudo que vinga ou não vinga aqui na terra é para o seu bem. Eulali sem coragem, ou mesmo falta de força de ter mais esperança, não me diz nada, mas chora.
Oie, resolvi voltar a escrever Eulali. Quem tem lido meu blog há mais tempo já deve saber quem ela é. A pesar de dizer que estou voltando, está é uma história nova que quem sabe se transforme até em conto. Segue então as vivencias de Eulali. Ela pede para que eu avise que nem sempre será postado a vivencia no dia do ocorrido. É isso. Seja bem vinda Eulali.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Esperança querido, és tu!

Eulali - Ápices "Eulali e seu amado (1)"

Eulali anda preocupa, pois cada dia é mais evidente as provas de amor que ela tem por ele. É amor e medo que tira o sossego, outrora trás sorriso para o rosto também. Confesso que às vezes me vem o riso ao ver as ações e atrapalhadas de Eulali. Ela finge que não é com ela, e que nada está acontecendo lá dentro. Que a tranquilidade é seu estado principal, mas não é. Ouvi outro dia ela gritando. Gritava para dentro, para si, sem deixar vestígios nem som. Talvez deva ser assim mesmo, ter toda essa vontade, esfriar e esquentar e às vezes doer. Penso que talvez estejam lhe testando. Teste a fim de certeza ou merecimento. Ela já não pensa no dia do pedido ou aceitação, ela já pensa nos dois fazendo as compras do mercado. Vem-me o riso novamente. É que Eulali sempre foi meio louca assim, visionária de pensar muito na frente. Ela se considera dele sem ele nem mesmo saber. E não consegue entender quando vem outro e ela conta que já tem dono e o outro não a entende. Ela se declara à companhia, mas às vezes tento lhe alertar:
 
– Eulali, acalma-te! – ela é teimosa e diz-me:
– Pede-me calma? Calma? Por acaso esperar e ver o que sucede em um ano e cinco meses está bom pra ti?
– É, mas não esperaste literalmente todo esse tempo, lembra? Indaguei-lhe. Ela silencia diante o ocorrido e arrependimento, mas sussurra:
– Pelo menos aprendi alguma coisa com aquilo.
Eulali resgata toda a sua fé, que as coisas sucedam de acordo com o que tem que ser, mesmo que o que tenha que ser não seja sua vontade. Mas que seja e que suceda sem ela abrir a boca pra o dizer. Eulali é da moda antiga, quase do tipo que joga o lenço no chão a fim do bom partido vim catar. Talvez seja isso, talvez Eulali devesse andar com um lenço, ou mesmo escrever na testa: Eis-me aqui! Mas não, como disse ela é das antigas. Do de mãos Eudadas, cortejo, pedidos e beijos na testa. Eulali fica quieta então, esperando.

Blues

Vim registrar minha descoberta e deslumbre do ritmo Blues, como pode eu ter vivido tanto tempo sem? Tô conhecendo, conhecendo e encantada. Frank Sinatra, Louis Armstron, Louis Jordan e Ella Fitzgerald. É o qua ando ouvindo sobre, que coisa mais bonita. :)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Desejo-te amor

Creio que não há coisa mais bonita de desejar para o outro do que amor. É mais eficiente que paz, mais saudável que saúde e mais contente que felicidade. É coisa que tente e transpira, uma coisa puxa a outra. - Desejo-te amor! - Tem coisa mais bonita?
Desejo-te amor! Puro, verdadeiro e tranquilo.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vosmicê

Desconfio que eu gosto de coisas com cheiro de mofo, a pesar de ser alérgica literalmente, coisas antigas me atraem. Coisa antiga, da origem e pureza manual, do pensar e dizer: - Como pode eu não ter vivido esse tempo?
Antigo da qualidade e quase exclusividade, da postura, dos vestes, da coisa mansa, da música, da beleza em viver aquilo por mais tempo. Creio que não é apenas minha impressão, mas as vivências e coisas têm sito tão passageiras e descartáveis. Me agrada o antigo mesmo, a caretice, o puxar a cadeira, o senhor e senhora, o quase dizer “vosmicê” digno de respeito. Desconfio que tenho em torno de 350 anos.

Razão e emoção

Perdão o sumiço eu, mas é que tenho escrito pouquíssimo e minha internet está uma droga. Perdão agora pelo droga, mas é porque está mesmo. Paciência. Tenho feito coisas que me levam a creditar que estou ficando louca literalmente. Coisa que palpita o peito. Que eu seja levada por um vento ordenado e não aquele frívolo sem sanidade nem morada. Sabe aquela coisa de se permitir ser levada? Coisa de Zeca Pagodinho. Deixa a vida me levar? Tenho pensado nisso, mas não, não consigo ser assim. Se eu tivesse fitas métricas, tentaria, tentaria calcular milimetricamente as coisas. Outrora vem e retorna meu lado hippie que não fala coisa com coisa e se declara paz e amor. É que eu sou assim, não que eu seja inconstante, apenas me encorajo em dizer que às vezes sou razão, às vezes sou emoção.