Com o passar do tempo por não ser comum, as pessoas começam a te julgar e isso vai sufocando. Chega-se ao ponto de puxar o ar e não conseguir.
Meus modos não são comuns, meus gostos parecem de séculos passados, não gosto de festas, não tenho muitos amigos, quase sempre estou só e não faço questão de agradar todo mundo. Minha voz é tosada, como se eu pudesse medir a quantidade de minhas palavras, isso tudo para evitar e reduzir o erro.
Gosto de Beatles, escritos, pedras, músicas, silêncio, livros e dormir. Não sou de badalações e por tempos esse meu modo “incomum” me incomodou muito, hoje nem tanto, me acostumei e esse foi o caminho que escolhi. Pareço pacífica, calma, quieta, mas questiono exaustivamente. Creio em Deus acima de tudo, porém não tenho doutrina específica. Tenho sonhos tão secretos que nem eu ainda descobri. Acredito que amizades não nascem do dia para a noite, mas creio em exceções. Meu tato e fraco, pouco conheço a carne, quase nada, e acredito que essência é alma e que essa não tem fim.
Sou gentil, mas não me irrite. Fico na minha, mas não sou idiota. Sou quieta, mas não sou santa. Falo besteiras, sinto coisas estranhas e coisas estúpidas me fazem rir. Quando criança já quis ser veterinária, artista, pintora, musicista, astronauta, psicóloga, nutricionista e infinitas outras vontades. Hoje, por parecer com “ninguém”, sou ninguém! E se alguém me perguntasse o que eu gostaria de ser, responderia que gostaria de ser alguém que respondesse as dúvidas com exatidão. Só isso!
Talvez se existisse uma fórmula de resumir, eu seria a contradição. Daquela que pensa, questiona e não resolve. Daquela que silencia e quando fala finge que sabe, pois ela não sabe de nada. E é a partir de meus modos incomuns que aprendi a viver. E assim continue!
“E se me achar esquisita,
respeite também.
até eu fui obrigada a me respeitar.” (Clarice Lispector)
Jamille Catarina