domingo, 8 de abril de 2012

Eulali acorda da hibernagem

Eulali fingia não se importar nem um pouco
Mas seu peito batia quente frio.
Diante da palavra brilhavam os olhos
Eulali às vezes fingia friagem
A fim de vontades esconder.
Horas abraçava com todo o vigor
Como se aquele fosse o último, poderia ser.
Eulali quando amava
Amava até os fios de cabelos.
Do cheiro, do jeito, da pele, da voz, da cor.
Horas até a dor.
Eulali despercebida e embriagada por tanta vontade
Não entendia por que é de onde ela vinha.
Às vezes ditava amor sem nenhuma pretensão
Ouvi outro dia ela dizer:
- Amar serve pra quê?
Vi gotículas em seus olhos e respondi:
- Amar não é um entendimento, é um sentir.
Eulali abre os olhos e vem-me a sorrir.
De um gesto quase por mim, em seguida brinquei:
- Eu amo!
Espantada Eulali perguntou:
- Amas o que?
- A vida! Disse eu.
Em seguida não ouvi mais nada.
16/02/12

Nenhum comentário:

Postar um comentário