Eulali fingia não se importar nem um pouco
Mas seu peito batia quente frio.
Diante da palavra brilhavam os olhos
Eulali às vezes fingia friagem
A fim de vontades esconder.
Horas abraçava com todo o vigor
Como se aquele fosse o último, poderia ser.
Eulali quando amava
Amava até os fios de cabelos.
Do cheiro, do jeito, da pele, da voz, da cor.
Horas até a dor.
Eulali despercebida e embriagada por tanta vontade
Não entendia por que é de onde ela vinha.
Às vezes ditava amor sem nenhuma pretensão
Ouvi outro dia ela dizer:
- Amar serve pra quê?
Vi gotículas em seus olhos e respondi:
- Amar não é um entendimento, é um sentir.
Eulali abre os olhos e vem-me a sorrir.
De um gesto quase por mim, em seguida brinquei:
- Eu amo!
Espantada Eulali perguntou:
- Amas o que?
- A vida! Disse eu.
Em seguida não ouvi mais nada.
16/02/12
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