quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Perdi o verso

Vim eu aqui postar um verso sobre o meu pai, mas eu procurei, procurei, procurei e não achei. Procurando, achei vários textos que eu nem lembrava que existiam, recentes até. Tenho estranha mania de quando me vem a vontade da escrita, escrever em qualquer lugar, basta-me uma coisa que risque e um pedaço de papel. Sendo assim, onde será que sucede o texto sobre meu pai?
Brigamos! O que não é tão novidade. Costumo dizer que quando eu não morar mais “aqui em casa”, ele vai sentir falta de mim. Falta de alguém pra mudar e guardar as coisas do lugar que ele deixou, falta de alguém pra enjoar pra abaixar o volume da televisão, falta de alguém que fala pra ele parar de beber cachaça, falta de alguém pra servir de pombo correio entre ele e minha mãe, falta de alguém pra mandar ele se vestir direito, falta de alguém pra encrencar sem motivo, falta de alguém para educá-lo. Às vezes somos assim, duas crianças mimadas que grudam à teimosia.
Mãe diz: - Tu pareces uma velha chata.
Digo eu: - A senhora queria que saísse o que se juntou seu sangue com o do papai? Shuahsuas.
Às vezes sou chata demais, confesso eu, mas sou assim só com quem amo. Se deixei ou deixo de me manifestar por ti seja em prosas, versos, brigas ou amor. É porque não amo. Tenho treinado já há algum tempo a arte de tapar os ouvidos. Tem funcionado. Seja na sala, no quarto, no carro. A fim de não responder, se alguém está em discussão, suavemente levo meus dedos aos ouvidos e instigo a meditação até a poeira baixar.
Então é isso. Assim que eu achar o verso, venho postar aqui.
Inteh.

Nenhum comentário:

Postar um comentário