- Oi Eulali o que tu tens?
- Nada, estou bem!
- Não, eu sei que tens algo, anda com os olhos baixos.
- Nada não, só estou um pouco melancólica.
- Mas o que te deixa melancólica?
- Nada, nada. Vai passar.
- Deixe disso, talvez eu possa ajudar.
- Tudo bem, talvez eu esteja apenas um pouco manhosa.
- E por que não a expõe?
- Porque eu não sou assim!
- Diga-me, sei que não é isso que se passa.
[Silêncio]
- Na verdade é que... É que... Deixa pra lá.
- Conte-me Eulali, conte-me. Acredite em mim!
- O problema é que eu penso demais.
- E isso não é bom?
- Não, não, não. Sou insegura, prolixa e desconfiada.
- E por que tudo isso?
- Porque temo as farpas.
- Mas farpas se tiram e as cicatrizes somem. É só acreditar.
- Eu sei. Mas não é fácil.
- Deixe disso, eu sei que teme até da verdade, mas nada virá se não tentar.
- Estou cansada!
- E vai desistir?
- Não!
- Então vem cá, dá-me um abraço e só solte os braços quando cansar.
- Tem certeza?
- Tenho!
[...]
Eulali dormiu em meus braços.

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