Deparei-me. Deparei-me com o fato de ter poucos “chegados”. Vínculos concretos, sabe? Porém muitos conhecidos. Pouco paro pra pensar nisso, aliás, penso agora. Fui uma criança sozinha, uma adolescente sozinha e agora eis que me acostumo com gente. Eu entendi, entendi que a única salvação do ser humano é o amor. Por que não colocar o meu para fora em gente? Amo criaturas que de certa forma entendo que também gostam de mim. E é tão bom que nem peço amor em troca. Às vezes sou tão egoísta que me contento em amar. Entender como se tudo fosse meu. Amor, amor, amor. Nunca fiz questão de companhia, diante disso descobri que aqueles que me cativam são da vontade do peito. Desses faço questão. Do inexplicável que palpita e diz: “Eternidade”. Mesmo que eternidade nem sempre seja infinita, me arrisco em acreditar e me deleito. Deleito-me na hipótese de ser.
Papai veio me falar de amizades e influências. Reparo que a maioria das pessoas que têm muitos conhecidos são pessoas extrovertidas e contentes. E eu? Não sou risonha toda hora, não grito na janela que amo todo o mundo, sou inconstante, silente e horas exagerada. Também às vezes gosto de ficar só. Perguntei-me hoje à noite. “Por que gostar de mim?” Não é crise de existencialismo, é crise de felicidade. Eis que entendi que com todos meus defeitos, os que me amam, me amam pelo o que sou. Porque horas sou sorrisos, horas sou prantos, vontades e delírios. Queria eu, queria eu ter a coragem de gritar a tamanha felicidade em entender que por minha estranheza os que parecem que me amam, me amam. Porque se for procurar a lógica para o fingir, não há.
E se me desistir, estarei eu então. Esperando a vontade amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário