segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Morrendo

Não me leve a mal por falar de morte, não sei por que as pessoas têm tanto medo de comentá-la. Os começos iniciam com os fins. Já morri várias vezes, e das várias vezes nasci também. Veio depois, veio depois. É o inverso do lógico supostamente natural. É morrer para viver. Às vezes é renuncia de ar, tranquilidade e sono. Dos sonhos, das vontades, dos pensamentos, das dores, dos gestos, da solidão. Morri e nasci várias vezes. Sou a prova, sou a prova de que é possível a translação da casca e do peito. Estive morta por alguns anos, e por mais difícil fosse entender o por que da morte por tanto tempo, pressuponho e entendo que era o meu preparo, o preparo para a volta de folego e plenitude dos pequenos gestos, do sorriso com os olhos, das mãos quentes, dos pequenos grãos. De certa, de certa garanto, estou vivendo.  Vivendo. Mas não garanto não morrer de novo. Sendo assim, desta tomada de folego aproveito.

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