quarta-feira, 7 de março de 2012

Não, não sei o que tenho.

Tô com vontade de chorar absurda, sabe quando uma coisa fica engasgada no peito sucedendo em angústia? Tô assim.
Vindo da Facul, pai passou na pizzaria pra pegar meu irmão que tinha ido lanchar. Logo que chegamos à pizzaria, vem um menino moço em nossa direção, parecia ter uns 13 ou 14 anos. Chega de manso e diz:
- Você pode ajudar minha família, a gente não tem o que comer?
Olho para meu pai e digo:
- Ajuda, ajuda!
Mãe sempre diz que eu sou mole demais. Lembro quando eu era criança, todo mundo que vinha pedir na porta de casa eu dava alguma coisa. E o que me levava saber se eles falavam a verdade? Eu não sabia, não sabia. Outra vez fiquei sabendo que o senhor que sempre vinha em casa pedir, vendia as coisas que ganhava pra comprar cachaça. Confesso que fiquei indignada, desde então, toda vez que alguém pedia eu ficava com o pé atrás. Porém esse menino moço foi diferente, eu vi, eu vi nos olhos dele que ele não passava bem, me deu um aperto no peito tão grande, tão grande. Dei-lhe uns trocados, fui embora e ele agradeceu. Voltando para casa, vinha crescendo aquela angústia de saber que apenas aqueles poucos trocados não ia resolver a vida do menino, que eu não podia me sentir bem por aquilo, que eu não seria a melhor pessoa do mundo por aquilo, e ao mesmo tempo, comecei a me sentir estúpida, muito estúpida mesmo. Estúpida por às vezes dar tanto alarde por coisas mínimas que se manifestam negativamente na minha vida. E aquele menino sem ter o que comer. Confesso que só no caminho para casa que eu vim pensar, eu poderia ter conversado com ele. E se eu pudesse resolver? E se eu pudesse resolver? Eu nem dei tchau pra ele. ='[
Sou uma estúpida, sou uma estúpida!

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