sábado, 8 de setembro de 2012

Muros

Sabe Eulali, meus vínculos têm crescido, de certa isso me cria receios. Outrora acho que é culpa do amor. Eu deixei a porta aberta pra ele, decidii deixa-lo entrar mesmo que traga um pouco de dor. Sabe Eulali, eu tenho medo. Por mais que eu diga incansavelmente que quando mais dor se sente mais grande se é, eu tenho medo, tenho medo de ser grande, ou que da próxima eu não suporte, ou pior, nem tenha. Confesso Eulali, vínculos. Eu ainda me sinto só. De certa há os que eu amo, mas o amor retorna? Tenho dúvidas. Sórdida e cruel eu sou. Espero, espero, espero... Tenho medo Eulali! Tenho medo da pergunta sem resposta, do sorriso com desdenho, da dor sem a cura, do abraço sem aperto, do crer sem fervor. Tenho medo que a veracidade do sentir seja apenas minha. Ilusórias, Ilusórias imaginações. E se tudo que sucede seja apenas isso? Ilusórias. Criei murais Eulali, criei murais em mim. E não foi trabalho de um dia ou outro. Foi trabalho árduo de décadas. E agora o que eu faço? Sou muro de Berlin ou das lamentações? Os dois são um.

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